Fonte: www.youtube.com/watch?v=WK0dzsV9YWU |
A
foto acima foi tirada de um vídeo veiculado no Youtube com o título de Oração
da Propina. Três homens fazem uma oração para obterem sucesso nas atividades de
corrupção praticadas por integrantes do governo do Distrito Federal no ano de
2009.
Esse fato levou Riba Mearim a
imaginar qual seria o teor de uma reza ou oração enunciada por pessoas adeptas
da violência. Abaixo eu tento registrar a ideia do meu amigo. É o melhor que a
minha memória me permitiu externar:
“Senhor, considerando que um dia bom
é aquele em que haja muita violência, concede-me a graça para eu ter hoje a
oportunidade de praticá-la intensa e abundantemente. Ajude-me para que eu
também possa contribuir com a santa violência de cada dia. Que eu seja um
agente efetivo da disseminação do medo, da incerteza, da instabilidade, da
desarmonia, enfim, que eu me aposse de todos os atributos que possam causar a
infelicidade às pessoas.
Peço-te que me apresente uma boa
vítima. A boa vítima, Senhor, como Tu bem sabes, é aquela que eu possa
justificar perante a sociedade o descarrego de toda agressividade que possuo. Alguém que distraidamente
pise o meu pé, por exemplo; ou que me dê uma fechada no trânsito; ou que cante
a minha mulher na rua; que ria de mim pela goleada que o meu time levou. Mas se
esse tipo perfeito de vítima não aparecer, Senhor, ponha na minha frente
alguém que aprove o Impeachment da
Presidente Dilma; em seguida, Senhor, para agredir os dois lados, quero
também hostilizar uma pessoa que seja contra e diga que o Impeachment
é golpe. Seguindo essa produtiva, perversa e deliciosa lógica, Senhor, quero
machucar ora um gordo, ora um magro; um católico e um evangélico; um branco e
um negro; um hétero e um homossexual; um rico e um pobre, um vascaíno e um
flamenguista...”
Riba Mearim lembra que essa seria a
oração de um agressor do tipo que se diz religioso. Mas há também aquele que só acredita na
potência e eficácia dos seus golpes, atributos conseguidos à custa de muita malhação e a rotina da prática de agressões
diuturnas ao longo de anos. De qualquer forma, tem-se a impressão de que esse
tipo de gente, simplesmente declara para si mesmo, pela manhã ao acordar: hoje eu vou
desgraçar a vida de pelo menos três otários.