sábado, 31 de dezembro de 2011

HIGIENE MENTAL EM 2012


domingo, 14 de agosto de 2011

POLÍTICA E FUTEBOL

Muita gente aqui no Maranhão acha que para haver mudanças, os Sarney devem ser afastados do cenário político. Riba Mearim não concorda com essa tese. Segundo ele, expressões tais como “Fora Sarney” e “Xô Roseana” revelam basicamente duas coisas: oportunismo e ingenuidade políticos. Os ingênuos acreditam que a simples troca de um grupo político por outro resolverá todos os problemas, sanará todas as mazelas, esmagará a corrupção, abrirá as portas do Estado para o progresso; os oportunistas apoiam-se nessa crença para prometer mundos e fundos, com a pretensão e a esperança de ocupar o lugar deles e iniciar uma nova oligarquia.
Imagine se os torcedores flamenguistas, por exemplo, iriam querer que, por algum motivo, os outros grandes clubes de futebol desaparecessem. Que graça achariam se não mais pudessem implicar com os vascaínos? Aposto como os cruzeirenses preferem que o Atlético Mineiro continue disputando anualmente os títulos estaduais. De modo análogo, na opinião do meu amigo Riba Mearim, para que haja Democracia, de fato, há que haver, pelo menos, dois grupos políticos disputando o poder.
Se nós, o povo, pensássemos em conjunto, usaríamos o mesmo princípio do governante. Qual seja: um político hábil usa tudo quanto pode para manobrar as massas e manter-se no poder. Gasta milhões com propaganda, contrata marqueteiros caríssimos para discursar afinado com os anseios do povo. Se fosse possível um raciocínio popular, faríamos algo parecido: colocaríamos alguns grupos políticos digladiando-se pelo poder para colhermos as vantagens decorrentes da instabilidade criada por uma disputa planejada em todos os detalhes, tal como fazem os governantes.
Qual campeonato terá importância se um só time vier a ser campeão por vários anos seguidos? Resultará que a verdadeira competição recairá para a consecução do vice-campeonato pelos demais times, obrigando o enésimo campeão tornar-se hors concours. Se um único grupo político permanece no poder por várias legislaturas, acabará por criar mecanismos, legais ou ilícitos, morais ou não, capazes de permitir que se perpetue no governo. No Maranhão os Sarney fazem barba, cabelo e bigode. Noutras palavras: governo, senado e bancada federal e estadual de deputados, sem contar as dezenas de prefeituras.
Riba Mearim defende que o time Sarney deve ser mantido na competição para garantir o brilhantismo da disputa. Quando o time Sarney substituiu o time Vitorino, pensou-se que o povo maranhense teria nova forma de condução do seu destino. Não teve. Também não terá se o time Tavares, Lago, Dino, entre outros, vier a substituí-lo pura e simplesmente. Substituição não é revezamento ou alternância.
Já temos então uma forte equipe preparada para ganhar todos os torneios que disputa, em campo ou no tapetão, nas urnas ou nos tribunais. Você investiria nalgum desses times para torná-los fortes, competitivos para o bem do campeonato/Maranhão?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

GREVE DE ÔNIBUS EM SÃO LUÍS

Riba Mearim lembrou-me que essa greve dos Trabalhadores nos Transportes Rodoviários de São Luís está de acordo com as idéias de Alencar*, o seu amigo motorista de ônibus que há muito tempo postulava uma paralisação total dos trabalhadores. Já naquele tempo Alencar discordava do sindicato da categoria que adotava a estratégia da chamada operação tartaruga, que consistia em fazer os ônibus se deslocarem em fila, lentamente, pela cidade durante o período de paralisação. Tal procedimento só causava transtorno e irritação à população que logo se opunha ao movimento. Eram engarrafamentos, atrasos, brigas, e descontentamento geral, pois quase sempre a categoria não alcançava os objetivos pretendidos e, ainda, ficava mal vista pelo povo, além de o sindicato deles adquirir a reputação de fraco e incompetente.
Ônibus parados. Fonte: www.marrapa.com
Parece, disse Riba Mearim, que dessa vez os rodoviários poderão obter êxito nas negociações. Só falta eles tentarem conseguir o apoio da população. E isso, como defendia Alencar, poderia ser conseguido com uma ampla e frequente publicação de notas explicativas através dos meios de comunicação.
Terminais vazios. Fonte: www.blogdodecio.com.br
De qualquer maneira, a corda vai arrebentar, como sempre, na parte mais fraca, sentenciou Riba Mearim. Olha só: os empresários alegarão que não podem atender as reivindicações sem repasse às tarifas; os trabalhadores terão os salários corrigidos e demais benefícios** após o TRT e o governo autorizarem o aumento do preço da passagem, que será imediato ou daqui a algum tempo; e a população continuará tendo um serviço de transporte coletivo ruim e bem mais caro.

*Alencar é um dos personagens do conto Jardim América do livro Quem conta um conto, acresce um ponto, disponível para download gratuito neste blog.

**Pauta de reivindicações: reajuste de 16% no salário - de R$ 1.016,00 para R$ 1.282,96; redução da carga horária diária de 7h 20min para 6h; adição de dois dependentes no plano de saúde; aumento do valor do tíquete-alimentação de R$ 315,00 para R$ 450,00.

sábado, 7 de maio de 2011

Aconteceu no Teatro Arthur Azevedo




A esposa de Riba Mearim já está acostumada a ver o marido chegar em casa um pouco mais tarde, após o trabalho, às sextas-feiras. Às vezes ele até exagera, não avisa, demora muito. Ontem, dia 06, ele bateu o seu recorde: chegou em casa sem camisa e malcheiroso. Aliás, malcheiroso é pouco. O homem estava com fezes humanas espalhadas em várias partes do corpo.
Bem feito! Deve ter pensado a esposa, logo no início, antes de se inteirar do ocorrido. Quem manda frequentar lugares que são, no mínimo, de mau gosto? Na certa ele deve ter ido lá para as bandas do bairro Valha-me-Deus, e lá caiu numa vala de esgotos; ou então foi beber naquele bar do Zé Bicudo, onde foi assaltado, agredido e outras coisas mais.
Ainda bem que Riba Mearim não costuma mentir. Mesmo assim a sua mulher demorou a acreditar que ele tivesse ido ao teatro para assistir ao show de humor Raimundinha, do ator Paulo Diógenes, e lá ele tinha levado um banho de bosta, tendo deixado a camisa no próprio teatro, por ter se tornado imprestável. Mais difícil foi ela acreditar que tal episódio tivesse acontecido num dos cartões postais ludovicences e maranhenses: o Teatro Arthur Azevedo. Que absurdo!
 
           Hoje, já mais calmo, após lavar e ensaboar o corpo quatro vezes com sabão de coco, Riba Mearim pôde recompor a lucidez perdida na inesquecível sessão. Voltou a analisar o ocorrido com a costumeira sensatez e o frequente bom humor. Foi logo dizendo que, do ponto de vista da execução pura e simples, o malfeito foi bem executado, e portanto, bem planejado.
Veja bem, continuou ele, exibindo um cacoete de professor numa sala de aula. Pegou caneta e papel e enumerou as possíveis causas e autores do fedorento delito. Disse ele: duas podem ser as motivações gerais: 1. vandalismo puro ou 2. ação de prejuízo dirigido. Pela motivação número dois, podemos considerar as seguintes hipóteses, possivelmente encomendadas pelo(a)(s) interessado(a)(s), todas com o propósito de causar danos à carreira ou imagem profissional:
a.      ataque ao ator Paulo Diógenes (Raimundinha);
b.      ataque ao produtor Moraes Júnior;
c.      ataque ao diretor do TAA: Roberto Brandão;
d.      ataque aos demais responsáveis pelo teatro, inclusive da área governamental.
Na hipótese de vandalismo, segundo o meu amigo Riba Mearim, podemos especular:
1.  algum sádico, alguém que sente prazer com sofrimento alheio, não tendo, portanto, nenhum proveito de cunho político ou comercial-financeiro;
2. molecagem hedionda: garotos entediados, provavelmente “filhinhos de papai”, à procura do que, na cabeça deles, seja algo divertido, engraçado... (coisa parecida com a ação dos rapazes que incendiaram o índio Galdino em Brasília, na madrugada do dia 20 de abril de 1997.)
              Qualquer que seja o lado motivacional dos praticantes deste ato fétido, podemos inferir que tentaram manchar, literalmente, a história de um dos nossos referenciais da cultura maranhense, e causaram um dano à imagem dos nossos dirigentes culturais, bem como o aumento da sensação de insegurança por parte do público frequentador das casas de espetáculo da cidade.
Fonte das imagens: www.google.com.br

segunda-feira, 4 de abril de 2011

SOM AUTOMOTIVO

fonte das imagens: www.google.com.br
        O filho do meu vizinho, disse-me Riba Mearim ontem, que sempre foi um cara bacana, é meu amigo. Ou era até eu lhe pedir para abaixar o volume do som da sua picape novinha, comprada com o fim exclusivo de transportar algumas centenas de quilos de equipamento sonoro ambulante. Garoto bom; estudioso, gente boa... Mas depois que o cara passou num concurso federal e resolveu investir o seu salário na montagem do melhor carro de som da cidade, eu, minha família, e os meus outros vizinhos perdemos o sossego. Sabe o que me disse a mãe quando conversei com os pais dele? “Seu Riba, deixe de despeito; só porque os seus filhos não atingiram o mesmo sucesso dos meus, não é motivo para você implicar com o Eduardinho. Inveja mata, sabia?”
       Agora veja, meu amigo, continuou Riba Mearim exasperado, o E-d-u-a-r-d-i-n-h-o estaciona o carro dele na frente da casa (ao lado da minha), liga som na maior altura do mundo durante horas seguidas, com um repertório invariável e repetido, não permitindo que as pessoas da vizinhança consiga ler um livro, ouvir o som da TV, ou escutar a musiquinha predileta no som doméstico, e mãe do cara ainda acha que eu sou despeitado; é mole?! E invejoso, lembrei ele, só para dar mais pilha.
        E tem mais: seu Eduardo, o pai, também acha que o filhinho está com toda a razão: “comprou e pagou, não deve nada a ninguém”. Pois eles pensam assim mesmo. Quem reclama de som automotivo é porque tem problemas, vive infeliz, não tolera a felicidade dos outros. Se o reclamante incomodado é pobre, é porque o coitado é recalcado por não ter grana para comprar um equipamento igual; se é rico ou uma autoridade, como um policial, delegado, juiz, etc., é porque querem ser donos do mundo, são tão autoritários que costumam se meter até mesmo no gosto musical das pessoas; se é casado(a), é consequencia de problemas conjugais; se é solteiro, é porque o(a) rejeitado(a) não está em dia com as atividades sexuais. E assim por diante. O que você acha?
        Eu já dei a minha opinião ao meu amigo Riba Mearim, que foi a de procurar a polícia, já que ele tentou resolver a questão com  uma conversa amigável, mas não conseguiu. Agora repasso a pergunta dele: o que você acha?