Ao garimpar livros de autores
maranhenses, no dia primeiro de março de 2007, na seção de usados da Livraria Poeme-se,
em São Luís, encontrei O Cavaleiro da
Gota Serena esquecido, escondido entre muitos outros abandonados. Quando
passei pelo caixa para pagá-lo, Ribamar, o proprietário da loja, disse-me que
conhecera o autor Silvio Holanda Amaro, que foram amigos, mas que o escritor já
havia morrido. Como se não bastasse o título, a foto da contracapa, o comentário
de Ribamar aguçou mais a minha curiosidade. Se ele não tivesse contado que
Silvio era do Ceará, eu teria desconfiado, pois o seus textos estão impregnados
do sotaque de lá, e o que é melhor, tem a marca tão própria, tão característica
dos artistas cearenses: o humor, recheado de ironia e sarcasmo, como bem
observa José Chagas no prefácio do Livro. Sem contar a informação sobre a foto
da contracapa que diz: “Siá Adauta numa tarde quente de agosto e o pequeno
Vuco-Vuco com um probleminha no pé.” Demais!
Já vinha pensando escrever sobre
Silvio Holanda Amaro. Primeiro porque gostei do seu livro, e por querer saber um
pouco mais sobre o autor. Também devido a uma necessidade de comentar sobre
esses autores de poucos livros ou de único escrito, de cuja lista faço parte. Aí, ao
pesquisar na Internet, encontrei um homônimo do autor de O Cavaleiro da Gota Serena. Há, inclusive, um anúncio de um livro
no site do Mercado Livre: http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-464134861-livro-voc-me-mata-de-rir-doutor-silvio-holanda-amaro-_JM.
Agora fiquei mais curioso. Seria mesmo um homônimo? Aguardo a ajuda de um filho de Deus que possa me esclarecer.
Olá Antonio! Por um acaso do destino, eu posso esclarecer, é que no meu caso, sou filha de Deus, mas também sou filha do Silvio Holanda Amaro, o autor dos dois livros que acima referiste, sim, o segundo não é de um homônimo, é mesmo do meu pai. O "você me mata de rir, doutor" foi o primeiro livro dele, ele ainda tinha lá pelos seus 20 e poucos anos. Já no segundo, "o cavaleiro da gota serena", ele já era mais maduro, me carregava no colo durante o lançamento. Digo mais maduro, porque não posso dizer mais velho, ele morreu aos 40 anos, em 1997. Além destes dois livros, escreveu duas peças que ficaram em cartaz por um tempo em Fortaleza, chamam-se "A revolução dos bêbados" e "As últimas nozes do meu quintal", deixou um livro por acabar e alguns muitos poemas, músicas, contos, adágios e causos e nunca foram publicados, os que pude recolher, guardo com muito carinho, tentando redomar a memória do gênio com quem convivi por apenas 7 anos. Muito obrigada pelo post, fiquei mesmo feliz em lê-lo. Se quiseres saber ainda mais, fica meu contato: talitaholanda_@hotmail.com
ResponderExcluirUm abraço,
Talita Caldas Holanda Amaro
Olá Talita,
ResponderExcluirBoa noite. Você não imagina como fiquei contente e emocionado ao receber a sua mensagem. Antes de tudo, quero concordar com você. Os textos do seu pai são geniais. Era, ele, portanto, um gênio. Quando encontrei o livro do seu pai, tinha acabado de lançar, com recursos próprios, aos trancos e barrancos, um livro de contos. Fiquei encantado com os textos dele, mas fiquei pensando: poxa, se os textos de um cara com esse ficam no anonimato, esquecidos, o que será dos meus? Felizmente, hoje, passado o período de grande expectativa, já ciente de como funciona o mundo editorial, estou mais tranquilo e, acredito, que seu pai, assim como eu, não escrevia para necessariamente virar best seller, mas para atender a uma necessidade interna de contar histórias.
Muito obrigado pela atenção. Vamos manter contato. Se puder ajudar em algo, estou à sua disposição. Fique com Deus!
Um abraço
Antonio Tarrah
(Antonio Carlos Dias)