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O
termo “mercenários” talvez não seja justo com alguns nomes citados neste
texto. Afinal, não se pode afirmar que tais personagens tenham promovido
guerras exclusivamente para auferir vantagens financeiras, como nos filmes da
série Os.Mercenários, de Stallone. Mas sigamos o raciocínio do meu amigo
Riba Marim:
Imagine que o seu filho acabara de
se formar em medicina. Você sai por aí, aos quatro ventos, a espalhar
orgulhosamente que você tem um médico na família. Um belo dia, entretanto, o
novo médico te surpreende ao dizer que vai sair pelo mundo para, pelo emprego
de armas e ações violentas, levar a liberdade aos desgraçados, aos injustiçados;
que pregará a revolução para o bem da humanidade.
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Alguns anos depois, teu filho
terá estátuas e as fotos e frases dele estarão estampadas nas camisetas de
jovens pelo mundo inteiro. Assim, em vez de você
ser chamado de genitor de um novo Hipócrates, terá se tornado o pai de um
famoso revolucionário e libertador. Qualquer
semelhança com Che Guevara não é mera coincidência. Riba Mearim vai além ao
perguntar: o que há de comum entre Aquiles, Garibaldi, Che Guevara e os
militantes do Estado Islâmico? Ele mesmo responde: o gosto pela violência, o
desejo de atingir a glória, de virar herói a qualquer custo.
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E acrescenta:
podemos incluir neste rol os integrantes de torcidas organizadas dos times de
futebol, que não estão interessados no esporte em si, mas em justificar a
extrema brutalidade ao matar ou morrer por um suposto amor ao clube.
E prossegue a reflexão de Mearim: Imagine
que o Estado Islâmico venha a se estabelecer como modelo político, que um dia
assuma o governo de algum país. Haverá o culto por nomes que ajudaram na
consecução dos objetivos pretendidos, com a exaltação daqueles que se
destacaram. Haverá fotos, estátuas e cantarão canções sobre feitos heroicos. Um
jovem oriundo do Brasil, por exemplo, poderia ser chamado o herói de dois mundos, como Garibaldi é conhecido; ou grande herói,
como no caso de Che Guevara em Cuba.
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Quem se lembrará que eles começaram
degolando inocentes e explodiram bombas pelo mundo? Se pudéssemos perguntar a
essa gente por seus motivos, responderiam de pronto que lutam pela liberdade, em
defesa do fracos e oprimidos, por Jesus, por Alá, pelo time do Corinthians, etc.,
mas o pano de fundo mesmo é a perversidade, a malvadeza, o gosto pelo sangue
derramado. O personagem mitológico/literário Aquiles, ao que consta, lutava
pela glória em combate, para que a lembrança do seu nome continuasse por
milhares de anos.
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