sábado, 7 de maio de 2011

Aconteceu no Teatro Arthur Azevedo




A esposa de Riba Mearim já está acostumada a ver o marido chegar em casa um pouco mais tarde, após o trabalho, às sextas-feiras. Às vezes ele até exagera, não avisa, demora muito. Ontem, dia 06, ele bateu o seu recorde: chegou em casa sem camisa e malcheiroso. Aliás, malcheiroso é pouco. O homem estava com fezes humanas espalhadas em várias partes do corpo.
Bem feito! Deve ter pensado a esposa, logo no início, antes de se inteirar do ocorrido. Quem manda frequentar lugares que são, no mínimo, de mau gosto? Na certa ele deve ter ido lá para as bandas do bairro Valha-me-Deus, e lá caiu numa vala de esgotos; ou então foi beber naquele bar do Zé Bicudo, onde foi assaltado, agredido e outras coisas mais.
Ainda bem que Riba Mearim não costuma mentir. Mesmo assim a sua mulher demorou a acreditar que ele tivesse ido ao teatro para assistir ao show de humor Raimundinha, do ator Paulo Diógenes, e lá ele tinha levado um banho de bosta, tendo deixado a camisa no próprio teatro, por ter se tornado imprestável. Mais difícil foi ela acreditar que tal episódio tivesse acontecido num dos cartões postais ludovicences e maranhenses: o Teatro Arthur Azevedo. Que absurdo!
 
           Hoje, já mais calmo, após lavar e ensaboar o corpo quatro vezes com sabão de coco, Riba Mearim pôde recompor a lucidez perdida na inesquecível sessão. Voltou a analisar o ocorrido com a costumeira sensatez e o frequente bom humor. Foi logo dizendo que, do ponto de vista da execução pura e simples, o malfeito foi bem executado, e portanto, bem planejado.
Veja bem, continuou ele, exibindo um cacoete de professor numa sala de aula. Pegou caneta e papel e enumerou as possíveis causas e autores do fedorento delito. Disse ele: duas podem ser as motivações gerais: 1. vandalismo puro ou 2. ação de prejuízo dirigido. Pela motivação número dois, podemos considerar as seguintes hipóteses, possivelmente encomendadas pelo(a)(s) interessado(a)(s), todas com o propósito de causar danos à carreira ou imagem profissional:
a.      ataque ao ator Paulo Diógenes (Raimundinha);
b.      ataque ao produtor Moraes Júnior;
c.      ataque ao diretor do TAA: Roberto Brandão;
d.      ataque aos demais responsáveis pelo teatro, inclusive da área governamental.
Na hipótese de vandalismo, segundo o meu amigo Riba Mearim, podemos especular:
1.  algum sádico, alguém que sente prazer com sofrimento alheio, não tendo, portanto, nenhum proveito de cunho político ou comercial-financeiro;
2. molecagem hedionda: garotos entediados, provavelmente “filhinhos de papai”, à procura do que, na cabeça deles, seja algo divertido, engraçado... (coisa parecida com a ação dos rapazes que incendiaram o índio Galdino em Brasília, na madrugada do dia 20 de abril de 1997.)
              Qualquer que seja o lado motivacional dos praticantes deste ato fétido, podemos inferir que tentaram manchar, literalmente, a história de um dos nossos referenciais da cultura maranhense, e causaram um dano à imagem dos nossos dirigentes culturais, bem como o aumento da sensação de insegurança por parte do público frequentador das casas de espetáculo da cidade.
Fonte das imagens: www.google.com.br

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