quarta-feira, 25 de maio de 2011

GREVE DE ÔNIBUS EM SÃO LUÍS

Riba Mearim lembrou-me que essa greve dos Trabalhadores nos Transportes Rodoviários de São Luís está de acordo com as idéias de Alencar*, o seu amigo motorista de ônibus que há muito tempo postulava uma paralisação total dos trabalhadores. Já naquele tempo Alencar discordava do sindicato da categoria que adotava a estratégia da chamada operação tartaruga, que consistia em fazer os ônibus se deslocarem em fila, lentamente, pela cidade durante o período de paralisação. Tal procedimento só causava transtorno e irritação à população que logo se opunha ao movimento. Eram engarrafamentos, atrasos, brigas, e descontentamento geral, pois quase sempre a categoria não alcançava os objetivos pretendidos e, ainda, ficava mal vista pelo povo, além de o sindicato deles adquirir a reputação de fraco e incompetente.
Ônibus parados. Fonte: www.marrapa.com
Parece, disse Riba Mearim, que dessa vez os rodoviários poderão obter êxito nas negociações. Só falta eles tentarem conseguir o apoio da população. E isso, como defendia Alencar, poderia ser conseguido com uma ampla e frequente publicação de notas explicativas através dos meios de comunicação.
Terminais vazios. Fonte: www.blogdodecio.com.br
De qualquer maneira, a corda vai arrebentar, como sempre, na parte mais fraca, sentenciou Riba Mearim. Olha só: os empresários alegarão que não podem atender as reivindicações sem repasse às tarifas; os trabalhadores terão os salários corrigidos e demais benefícios** após o TRT e o governo autorizarem o aumento do preço da passagem, que será imediato ou daqui a algum tempo; e a população continuará tendo um serviço de transporte coletivo ruim e bem mais caro.

*Alencar é um dos personagens do conto Jardim América do livro Quem conta um conto, acresce um ponto, disponível para download gratuito neste blog.

**Pauta de reivindicações: reajuste de 16% no salário - de R$ 1.016,00 para R$ 1.282,96; redução da carga horária diária de 7h 20min para 6h; adição de dois dependentes no plano de saúde; aumento do valor do tíquete-alimentação de R$ 315,00 para R$ 450,00.

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