Muita gente aqui no Maranhão acha que para haver mudanças, os Sarney devem ser afastados do cenário político. Riba Mearim não concorda com essa tese. Segundo ele, expressões tais como “Fora Sarney” e “Xô Roseana” revelam basicamente duas coisas: oportunismo e ingenuidade políticos. Os ingênuos acreditam que a simples troca de um grupo político por outro resolverá todos os problemas, sanará todas as mazelas, esmagará a corrupção, abrirá as portas do Estado para o progresso; os oportunistas apoiam-se nessa crença para prometer mundos e fundos, com a pretensão e a esperança de ocupar o lugar deles e iniciar uma nova oligarquia.
Imagine se os torcedores flamenguistas, por exemplo, iriam querer que, por algum motivo, os outros grandes clubes de futebol desaparecessem. Que graça achariam se não mais pudessem implicar com os vascaínos? Aposto como os cruzeirenses preferem que o Atlético Mineiro continue disputando anualmente os títulos estaduais. De modo análogo, na opinião do meu amigo Riba Mearim, para que haja Democracia, de fato, há que haver, pelo menos, dois grupos políticos disputando o poder.
Se nós, o povo, pensássemos em conjunto, usaríamos o mesmo princípio do governante. Qual seja: um político hábil usa tudo quanto pode para manobrar as massas e manter-se no poder. Gasta milhões com propaganda, contrata marqueteiros caríssimos para discursar afinado com os anseios do povo. Se fosse possível um raciocínio popular, faríamos algo parecido: colocaríamos alguns grupos políticos digladiando-se pelo poder para colhermos as vantagens decorrentes da instabilidade criada por uma disputa planejada em todos os detalhes, tal como fazem os governantes.
Qual campeonato terá importância se um só time vier a ser campeão por vários anos seguidos? Resultará que a verdadeira competição recairá para a consecução do vice-campeonato pelos demais times, obrigando o enésimo campeão tornar-se hors concours. Se um único grupo político permanece no poder por várias legislaturas, acabará por criar mecanismos, legais ou ilícitos, morais ou não, capazes de permitir que se perpetue no governo. No Maranhão os Sarney fazem barba, cabelo e bigode. Noutras palavras: governo, senado e bancada federal e estadual de deputados, sem contar as dezenas de prefeituras.
Riba Mearim defende que o time Sarney deve ser mantido na competição para garantir o brilhantismo da disputa. Quando o time Sarney substituiu o time Vitorino, pensou-se que o povo maranhense teria nova forma de condução do seu destino. Não teve. Também não terá se o time Tavares, Lago, Dino, entre outros, vier a substituí-lo pura e simplesmente. Substituição não é revezamento ou alternância.
Já temos então uma forte equipe preparada para ganhar todos os torneios que disputa, em campo ou no tapetão, nas urnas ou nos tribunais. Você investiria nalgum desses times para torná-los fortes, competitivos para o bem do campeonato/Maranhão?
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